O evento iniciou às 09h15, no Auditório das Ciências Agrárias e Veterinárias, com a sessão de abertura presidida por Emídio Gomes (Reitor da UTAD), José Pires (Vice-Presidente da BALADI), Carlos Silva (Vereador da Câmara Municipal de Vila Real) e Rui Ladeira (Secretário de Estado das Florestas).
Neste momento inaugural, destacou-se o papel da BALADI na defesa e valorização dos Baldios, bem como a importância do projeto TECNOFOREST 4.0 para mostrar que existem mecanismos que tornam o processo de gerir a floresta muito mais rápido e eficiente, uma vez que existe falta de mão de obra.
Foi também enaltecido o curso de Ciências Florestais da UTAD, referido pelo Secretário de Estado como uma formação que “prepara os jovens para o futuro (…) com o apoio de docentes de elite”. O Reitor sublinhou o esforço e investimento da academia nas ciências florestais e nos seus recursos humanos, alertando para o risco de desvalorização desta formação, lembrando que, em 2025, apenas três alunos ingressaram na licenciatura em Ciências e Tecnologias Florestais.
No contexto dos Baldios, os intervenientes foram unânimes em salientar os desafios que as comunidades e os terrenos enfrentam atualmente em Portugal, sobretudo após os devastadores incêndios de 2025 que consumiram cerca de 43 mil hectares de todo o terreno baldio em regime florestal.
A manhã prosseguiu com o primeiro bloco de apresentações, centrado na investigação e na ligação ao meio académico. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro esteve representada pelo Professor Luís Lopes, com a apresentação “Passado, presente e futuro das Ciências Florestais na UTAD”, e pelo Professor José Aranha, com “Deteção Remota: Ensino e Investigação Florestal na UTAD”. A intervenção do Pedro Gomes, diretor da BALADI, foi realizada com o estudo “Imagens de Satélite MODIS: Armazenamento de Carbono em Áreas Comunitárias”. O painel encerrou com o Professor João Paulo Castro, do Instituto Politécnico de Bragança, que partilhou a sua investigação sobre “Monitorização de Asininos na Prevenção de Incêndios e Resiliência Ecológica”.
O primeiro bloco culminou com um coffee break, que serviu não apenas como momento de convívio entre os participantes, mas também como oportunidade para conhecer de perto entidades e produtos inovadores ligados ao setor florestal – principalmente tecnologias como sensores e drones.
Entre as empresas tecnológicas, o evento contou com a presença de um simulador de máquina de corte florestal, pela empresa Forestcorte, e uma experiência de realidade virtual para o ensino da poda de vinha, desenvolvida e exposta pelo laboratório MASSIVE do INESC TEC.
O espaço contou ainda com várias exposições, que despertaram o interesse de visitantes e estudantes através da mostra de produtos, serviços e publicidade. Esta exposição foi composta pela TerraGes, Cerna, UNIPRO (NR Group), Bombeiros da Cruz Branca, Madeiras Afonso, CoLAB ForestWISE e Ascendi.
Durante este momento, o Secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira, e a Diretora Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte, Sandra Sarmento, visitaram o recinto exterior onde estavam preparadas as máquinas que viriam a realizar as demonstrações práticas da parte da tarde. Para além da troca de ideias com técnicos e expositores, ambos assistiram a pequenas demonstrações, que revelaram a aplicação destas tecnologias no quotidiano das operações florestais.
O segundo bloco da manhã foi dedicado a empresas de referência do setor florestal em Portugal, que partilharam os seus objetivos e apresentaram soluções inovadoras para os desafios atuais da floresta.
Estas intervenções, para além de informativas, destacaram o papel das novas tecnologias, nomeadamente sensores e drones na gestão e monitorização florestal, evidenciando o contributo da inovação para uma floresta mais eficiente, sustentável e segura.
A Direção-Geral do Território (DGT), representada pela Chefe da Divisão de Cartografia Marisa Silva, apresentou resultados do levantamento LiDAR realizado a Portugal Continental, através da apresentação “Explorando o Potencial dos Dados LiDAR de Portugal Continental”. Já a TerraFarmers, empresa especializada no uso de drones para a reflorestação e regeneração de ecossistemas, deu a conhecer o seu trabalho com a apresentação “Proteção e Recuperação de Ecossistemas com Tecnologia Drone”, a cargo do co-Fundador e CEO Ivo Pimentel.
Seguiu-se o Laboratório CoLAB ForestWISE, representado por Juliana Salvação, que partilhou o estudo “Imagens Multiespectrais em Áreas Afetadas por Pragas e Doenças”. A manhã terminou com a intervenção de António Nora, CEO da Sylvestris Metsä, que apresentou “Satélites e Sensores: Visão Inteligente e Digital Twins na Gestão Florestal”, sublinhando o potencial da tecnologia espacial na transformação digital da floresta.
Durante a tarde, alunos e visitantes tiveram a oportunidade de explorar em grupo o recinto dedicado às máquinas florestais.
Entidades como o ICNF, Bombeiros Cruz Branca, Bombeiros Cruz Verde, Paisagem Contínua, Botimadeiras, Anteros, TerraFarmers, TerraGES, Ascendi e José Rodrigues apresentaram a sua maquinaria tecnológica, drones e sensores, ferramentas que utilizam diariamente nas suas operações florestais.
As demonstrações incluíram trabalhos práticos exemplificativos, acompanhados de explicações em tempo real, permitindo ao público compreender não apenas o funcionamento, mas também os objetivos e aplicações de cada tecnologia. Este contacto direto proporcionou uma perceção mais clara do papel da tecnologia na modernização do setor florestal.
A BALADI deixa um voto de reconhecimento e agradecimento a todos os participantes e entidades que contribuíram para a realização da 2.ª Feira Tecnológica Florestal. O êxito alcançado vem a confirmar a relevância de iniciativas que promovem a inovação, tecnologia e a partilha de conhecimento no mundo florestal.
O TECNOFOREST 4.0 destacou-se mais uma vez como um projeto dinamizador, com iniciativas que procuram despertar o interesse dos jovens para o setor florestal, alcançando assim mais um dos seus grandes objetivos.
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