A II Conferência Nacional dos Baldios realizou-se em outubro de 1984, na cidade de Viseu, organizada pelos Secretariados de Baldios de Vila Real, Viseu e Coimbra assim como pelos Baldios de Salamonde (Braga), Ansiães (Porto), Carreço (Viana), com o apoio CNA.

Esta Conferência realizou-se num ambiente de grande crispação e contestação dos Povos dos Baldios, dada a conjuntura que então se vivia, com o congelamento indiscriminado das receitas dos baldios, o congelamento nas homologações dos processos eleitorais dos Baldios por parte dos Serviços Florestais, o boicote de alguns Governadores Civis aos Planos de Atividades e Orçamentos, a venda de madeira sem conhecimento do Baldio, a inexistência de apoio técnico por parte dos Serviços Florestais e a realização de escrituras de justificação de terrenos baldios por parte de Juntas de Freguesias. A Conferência debruçou-se ainda, sobre os projetos leis nºs 114/III, 195/III e 281/III da autoria do PS, CDS e PSD que, com algumas ligeiras diferenças, visavam mais uma vez extinguir os Conselhos Diretivos e Assembleias de Compartes, ao revogar os Decretos-Leis nºs 39 e 40/76 e abrir os baldios ao comércio jurídico, passando a sua Administração para as Juntas de Freguesia.

As centenas dos representantes dos baldios presentes nesta Assembleia aprovaram por unanimidade a proclamação: “NÃO DEIXAREMOS QUE NOS ROUBEM O QUE É NOSSO! Não recuaremos um só passo na defesa dos nossos baldios por mais que os Governantes e a cobiça de grandes interesses económicos procurem lançar mãos ao roubo, à imoralidade e à produção de leis contrárias à natureza da propriedade comunitária”. Declararam, ainda, o seu profundo apego às boas leis dos baldios D.L. 39/76 e 40/76 e exigiram que estas sejam respeitadas e integralmente cumpridas por parte das Entidades Oficiais e Governo. Ao mesmo tempo que repudiaram tais intentos reclamaram a retirada, pela Assembleia da República, de tai Projetos-leis violadores dos interesses e direitos dos Povos em relação aos baldios. Uma conferência resiliente face às várias ofensivas em curso, mas confiante na unidade, mobilização e combate doa compartes de Portugal.